terça-feira, 10 de agosto de 2010


"Resolvi todos os problemas da minha vida:

misturei Activia e Johnnie Walker.

Tô cagando e andando..."

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

PROGRAMAÇÃO DA FESTA DA BOA MORTE EM CACHOEIRA

Dia 13 de agosto: às 19 hs: Procissão com traslado da Imagem de Nossa Senhora da Boa Morte para a capela da sede, onde será celebra missa em memória das irmãs falecidas. Em seguida, as irmãs, familiares e convidados participam da Ceia Branca. Um jantar à base de peixes e frutos do mar, acompanhado pão e vinho. O dia da Ceia Branca também é marcado pelas roupas brancas que as irmãs trajam em sinal de luto.


Dia 14: Às 19h: Missa na capela em memória da Virgem Maria, seguida de procissão que simboliza o enterro de Nossa Senhora.

Dia 15: O ponto alto da festa religiosa. Neste dia, a partir das 9 hs será celebrada missa da Glória em louvor a Assunção de Nossa Senhora. Após a missa, saída da procissão com a imagem de Nossa Senhora da Glória, simbolizando a ressurreição da Virgem Maria. Para celebrar a ressurreição da Virgem, as irmãs vestem o traje da gala (saia plissada de seda, bata rendada branca, torço bordado branco), calçam as sandálias brancas e usam seus colares dourados e contas multicoloridas, além de brincos e pulseiras. O xale de veludo duas faces (preto e vermelho) que faz parte da beca deixa à mostra a face vermelha em sinal de alegria. Encerrada a procissão, as irmãs retornam para a sede com andor de Nossa Senhora. Depois, elas vão para o salão dançar valsa, ainda vestidas com o traje de gala. Em seguida, trocam de roupa e vão sambar junto com populares. Enquanto isso é servido um farto banquete para todas as pessoas presentes com feijoada, carne assada, saladas e arroz.

No dia 16: às 18 hs, a sede da Irmandade é aberta para as irmãs servirem ao público pipoca e cozido de carnes, verduras e pirão. Tudo isso animado com samba de roda. No dia 17, no mesmo horário, as irmãs oferecem aos visitantes, caruru e mungunzá, também com a animação do samba de roda.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cecília Meireles

“Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras,
sois de vento, ides no vento,
no vento que não retorna,
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!”


Rebelião das Palavras


Ai, palavras, ai, palavras. As pequenas e as grandes, as nobres e as malvadas. Mesmo com toda sua diversidade, as palavras se unem em um gesto e pedem um espaço para soltar sua voz. A voz é de reivindicação, querem manifestar seu desgosto e mostrar ao falante com quantas e quais palavras se faz um protesto.


Comecemos com as palavras de reclamação, que falam mais alto. As palavras de reclamação estão reivindicando férias. Elas têm se sentido escravas da humanidade, pois são requisitadas o tempo inteiro e usadas indiscriminadamente contra tudo e todos. Alastram-se feito uma pandemia e pedem urgentemente uma trégua para descanso e resguardo.

As palavras desanimadas querem ser deixadas em paz, quietas no seu canto, sem perturbação. Neste momento estão fazendo uma combinação com as palavras felizes e animadas, que aguardam saltitantes seu momento de serem ditas!

A palavra silêncio está em extinção e os poucos exemplares que restam da espécie exigem ser respeitados e homenageados com alguns minutos mudos.

As palavras-fofoca, por sua vez, são as que têm provocado maior barulho e confusão. Elas têm feito os humanos brigarem e poluído a imagem de muita gente. Isso causa o surgimento de uma nuvem abafada e cinza de letras desordenadas e contagiosas.

As palavras proféticas advertem que isso causará uma chuva ácida devastadora.

As palavras destrutivas, as tristes e, sobretudo, as inúteis estão exaustas de tanto serem pronunciadas. O Ministério da Poluição Sonora adverte: é imperativo que haja uma redução significativa de emissões desse gênero. Falar demais faz mal à saúde. Os ouvidos humanos também merecem respeito e o que é falado é formado.

Palavras generosas e bonitas desejam um canteiro, Sol e água para poderem nascer com mais força, curar feridas e promover harmonia.

As palavras-elogio também esperam ansiosamente por serem proferidas, pois querem exercitar seu potencial de incentivo e motivação. Olham com tristeza as palavras-bajulação tomarem seu lugar.

A palavra amor avisa, a quem quiser ouvir, que detesta ser confundida com moleza ou dó e que quer ser difundida nas multidões e não apenas ser sussurrada a dois.

Conceitos e palavras comuns, veiculados na mídia e repetidos pela multidão, estão com a autoestima baixa. Cansaram-se de ser repetidos e aceitos sem critério. Lançam inclusive um apelo: quem não viu com os próprios olhos, favor não repetir sem analisar!

Já as palavras originais e reflexivas estão carentes e pedem alguma atenção, pois só nascem da introspecção e não têm conseguido prosperar a contento. Ninguém lhes dá atenção.

Todas as palavras exigem também ser sentidas porque não servem apenas para serem faladas. A linguagem precisa combinar com o sentimento. Quando a palavra dita não traduz a palavra pensada e sentida, tem início uma briga e um conflito perturbador de significados.

As palavras andam indignadas com essa confusão!

Em conjunto, elas também explicam que não são seres solitários e autônomos, mas que têm sempre uma letra presa na boca de quem as disse. Por isso, elas, as palavras, reivindicam um uso mais cauteloso e um pouco de reflexão antes de serem pronunciadas, porque palavras são e formam! Elas têm vida e andam cabisbaixas pelo pouco caso com que têm sido tratadas.

Ai, palavras, ai, palavras, neste mundo das letras tudo se forma e também se transforma.

Depende do que é falado!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Caros Verdes,

Chegou em nossa sede uma remessa de material da marina composta de praguinhas e adesivos plásticos.

Partido Verde - Ba
www.pvbahia.org.br
Rua João Gomes, 160
Rio Vermelho, CEP:41.950-640
Salvador-Bahia
Fone: 3334-2490/3017-5860

Paciência por Arnaldo Jabor.

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados, muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. Por muito pouco a madame que parece uma lady solta palavrões e berros que lembram as antigas trabalhadoras do cais. E o bem comportado executivo? O cavalheiro se transforma numa besta selvagem no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar. Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma mala sem alça. Aquela velha amiga uma alça sem mala, o emprego uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela. Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela Internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado. Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais. Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus. A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta. Pergunte para alguém, que você saiba que é ansioso demais aonde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta. E você? Aonde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai agüentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você AMA vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui? Respire... Acalme-se... O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro, com ou sem a sua paciência... NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL... SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA...

SENTIMENTOS

"Procure ter sentimentos puros, benevolentes, amorosos e cooperativos em seus relacionamentos. Independente do tipo de intenção e natureza de alguém, sempre mantenha seus sentimentos elevados. Deixe que sua mente e coração assimilem intenções e sentimentos puros. Quando você entende as intenções verdadeiras você nunca fica influenciado pela natureza não elevada dos outros. Esse é o poder para transformar o inútil em elevado, o fraco em forte."

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Era o admirável mundo novo! Recém-chegada de Salvador, vinha a convite de uma emissora de TV, para a qual já trabalhava como repórter. Solícitos, os colegas da redação paulistana se empenhavam em promover e indicar os melhores programas de lazer e cultura, onde eu abastecia a alma de prazer e o intelecto de novos conhecimentos.
Era o admirável mundo civilizado! Mentes abertas com alto nível de educação formal. No entanto, logo percebi o ruído no discurso:
- Recomendo um passeio pelo nosso "Central Park", disse um repórter. Mas evite ir ao Ibirapuera nos domingos, porque é uma baianada só!
-Então estarei em casa, repliquei ironicamente.
-Ai, desculpa, não quis te ofender. É força de expressão. Tô falando de um tipo de gente.
-A gente que ajudou a construir as ruas e pontes, e a levantar os prédios da capital paulista?
-Sim, quer dizer, não! Me refiro às pessoas mal-educadas, que falam alto e fazem "farofa" no parque.
-Desculpe, mas outro dia vi um paulistano que, silenciosamente, abriu a janela do carro e atirou uma caixa de sapatos.
-Não me leve a mal, não tenho preconceitos contra os baianos. Aliás, adoro a sua terra, seu jeito de falar....
De fato, percebo que não existe a intenção de magoar. São palavras ou expressões que , de tão arraigadas, passam despercebidas, mas carregam o flagelo do preconceito. Preconceito velado, o que é pior, porque não mostra a cara, não se assume como tal. Difícil combater um inimigo disfarçado.
Descobri que no Rio de Janeiro, a pecha recai sobre os "Paraíba", que, aliás, podem ser qualquer nordestino. Com ou sem a "Cabeça chata", outra denominação usada no Sudeste para quem nasce no Nordeste.
Na Bahia, a herança escravocrata até hoje reproduz gestos e palavras que segregam. Já testemunhei pessoas esfregando o dedo indicador no braço, para se referir a um negro, como se a cor do sujeito explicasse uma atitude censurável.
Numa das conversas que tive com a jornalista Miriam Leitão, ela comentava:
-O Brasil gosta de se imaginar como uma democracia racial, mas isso é uma ilusão. Nós temos uma marcha de carnaval, feita há 40 anos, cantada até hoje. E ela é terrível. Os brancos nunca pensam no que estão cantando. A letra diz o seguinte:
"O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, quero o teu amor".
"É ofensivo", diz Miriam. Como a cor de alguém poderia contaminar, como se fosse doença? E as pessoas nunca percebem.
A expressão "pé na cozinha", para designar a ascendência africana, é a mais comum de todas, e também dita sem o menor constragimento. É o retorno à mentalidade escravocrata, reproduzindo as mazelas da senzala.
O cronista Rubem Alves publicou esta semana na Folha de São Paulo um artigo no qual ressalta:
"Palavras não são inocentes, elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos. Os brancos norte-americanos inventaram a palavra 'niger' para humilhar os negros. Criaram uma brincadeira que tinha um versinho assim:
'Eeny, meeny, miny, moe, catch a niger by the toe'...que quer dizer, agarre um crioulo pelo dedão do pé (aqui no Brasil, quando se quer diminuir um negro, usa-se a palavra crioulo).
Em denúncia a esse uso ofensivo da palavra , os negros cunharam o slogan 'black is beautiful'. Daí surgiu a linguagem politicamente correta. A regra fundamental dessa linguagem é nunca usar uma palavra que humilhe, discrimine ou zombe de alguém".
Será que na era Obama vão inventar "Pé na Presidência", para se referir aos negros e mulatos americanos de hoje?
A origem social é outro fator que gera comentários tidos como "inofensivos" , mas cruéis. A Nação que deveria se orgulhar de sua mobilidade social, é a mesma que o picha o próprio Presidente de torneiro mecânico, semi-analfabeto. Com relação aos empregados domésticos, já cheguei a ouvir:
- A minha "criadagem" não entra pelo elevador social !
E a complacência com relação aos chamamentos, insultos, por vezes humilhantes, dirigidos aos homossexuais ? Os termos bicha, bichona, frutinha, biba, "viado", maricona, boiola e uma infinidade de apelidos, despertam risadas. Quem se importa com o potencial ofensivo?
Mulher é rainha no dia oito de março. Quando se atreve a encarar o trânsito, e desagrada o código masculino, ouve frequentemente:
- Só podia ser mulher! Ei, dona Maria, seu lugar é no tanque!
Dependendo do tom do cabelo, demonstrações de desinformação ou falta de inteligência, são imediatamente imputadas a um certo tipo feminino:
-Só podia ser loira!
Se a forma de administrar o próprio dinheiro é poupar muito e gastar pouco:
- Só podia ser judeu!
A mesma superficialidade em abordar as características de um povo se aplica aos árabes. Aqui, todos eles viram turcos. Quem acumula quilos extras é motivo de chacota do tipo: rolha de poço, polpeta, almôndega, baleia ...
Gosto muito do provérbio bíblico, legado do Cristianismo: "O mal não é o que entra, mas o que sai da boca do homem".
Invoco também a doutrina da Física Quântica, que confere às palavras o poder de ratificar ou transformar a realidade. São partículas de energia tecendo as teias do comportamento humano.
A liberdade de escolha e a tolerância das diferenças resumem o Princípio da Igualdade, sem o qual nenhuma sociedade pode ser Sustentável.
O preconceito nas entrelinhas é perigoso, porque , em doses homeopáticas, reforça os estigmas e aprofunda os abismos entre os cidadãos. Revela a ignorancia e alimenta o monstro da maldade.
Até que um dia um trabalhador perde o emprego, se torna um alcóolatra, passa a viver nas ruas e amanhece carbonizado:
-Só podia ser mendigo!
No outro dia, o motim toma conta da prisão, a polícia invade, mata 111 detentos, e nem a canção do Caetano Veloso é capaz de comover:
-Só podia ser bandido!
Somos nós os responsáveis pela construção do ideal de civilidade aqui em São Paulo, no Rio, na Bahia, em qualquer lugar do mundo. É a consciência do valor de cada pessoa que eleva a raça humana e aflora o que temos de melhor para dizer uns aos outros.
PS: Fui ao Ibirapuera num domingo e encontrei vários conterrâneos. ..
Rosana Jatobá
Rosana Jatobá é jornalista, graduada em Direito e Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, e mestranda em gestão e tecnologias ambientais da Universidade de São Paulo. Também apresenta a Previsão do Tempo no Jornal Nacional, da Rede Globo.
Esse texto é parte da série de crônicas sobre Sustentabilidade publicada na CBN

quinta-feira, 8 de julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

SONETO LXV
Se a morte predomina na bravura
Do bronze, pedra, terra e imenso mar,
Pode sobreviver a formosura,
Tendo da flor a força a devastar?
Como pode o aroma do verão
Deter o forte assédio destes dias,
Se portas de aço e duras rochas não
Podem vencer do Tempo a tirania?
Onde ocultar - meditação atroz -
O ouro que o Tempo quer em sua arca?
Que mão pode deter seu pé veloz,
Ou que beleza o Tempo não demarca?
Nenhuma! A menos que este meu amor
Em negra tinta guarde o seu fulgor.

William Shakespeare
É "de esquerda" ser a favor do aborto e contra a pena de morte, enquanto direitistas defendem o direito do feto à vida, porque é sagrada, e o direito do Estado de matá-lo se ele der errado.

Luis Fernando Veríssimo

William Shakespeare

Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.